Dados do Trabalho
Título
Efeito do treinamento respiratório em pacientes com bruxismo do sono e eventos respiratórios associados: Ensaio clínico randomizado controlado
Introdução
A literatura científica aponta para uma hipótese de que caso o bruxismo seja um mecanismo secundário a apneia obstrutiva do sono, então a melhora respiratória deveria reduzir a ocorrência de eventos relacionados ao bruxismo em si.
Objetivo
Portanto, o objetivo desse estudo foi de medir o efeito do treinamento respiratório em pacientes com bruxismo do sono e eventos respiratórios associados (apneia e hipopneia) em relação aos desfechos principais de índice de apneia hipopnéia e também do número de contrações de masséter por hora de sono.
Métodos
Os pacientes elegíveis para a pesquisa apresentaram, no exame de polissonografia, presença de apneia leve a moderada e bruxismo do sono concomitante. Esses pacientes foram alocados de maneira randomizada nos grupos determinados como Grupo Inspiratório, Grupo Expiratório e Grupo Placebo. Foi então realizada a avaliação das PRM (Pressões Respiratórias Máximas) com o auxílio do manuvacuômetro. Para iniciar o treinamento o profissional fisioterapeuta realizou ajuste da carga em 70% da capacidade inspiratória ou expiratória máxima no caso dos grupos intervenção e sem realizar ajuste de carga no grupo placebo. A cada semana a carga foi ajustada realizando-se nova mensuração da capacidade respiratória máxima e ajustando assim a carga a ser empregada, totalizando 12 semanas de intervenção com uso de 5 vezes por semana de exercícios durante 30 ciclos respiratórios (expiração + inspiração) diários.
Resultados
A amostra final para o estudo resultou em 15 pacientes que foram alocados de maneira randomizada em 3 grupos (Inspiratório, Expiratório e Placebo). Houve diferença estatisticamente significante quando comparados o grupo inspiratório e placebo em relação a diferença de despertares pré e pós intervenção (p ≤ 0,005) e também no número de contrações de masseter quando comparados os grupos inspiratório com o expiratório (p ≤ 0,005) e entre os grupos inspiratório e placebo (p ≤ 0,005).
Conclusões
Com o presente estudo, podemos observar que o treinamento muscular inspiratório (TMI) de 12 semanas reduziu o IAH e dessa forma trouxe benefícios quanto ao número de contrações de masseter e também ao número de despertares, abrindo possibilidades para o uso do TMI como forma de tratamento para o bruxismo do sono.
Sugerimos que seja avaliado a durabilidade dos benefícios relacionados ao treinamento respiratório afim de considerá-lo como forma de tratamento.
Palavras-chave
Bruxismo do sono; Terapia respiratória; Apnéia do sono
Área
Área Clínica
Instituições
Universidade Tuiuti do Paraná - Paraná - Brasil
Autores
Bianca Lopes Cavalcante-Leão, Cristiano Miranda Araújo, Anne Elisa Sarraff Fischer, Maria Isabel Bianca Vanelli, Lilian Chrystiane Giannasi, Rosane Sampaio Santos, José Bianca Stechman-Neto, Bianca Simone Zeigelboim