Congresso SONO 2022

Dados do Trabalho


Título

Orientação parental para insônia infantil em criança de dois anos: relato de caso

Introdução

A intervenção comportamental por meio da orientação parental vem alcançando resultados positivos no manejo da insônia em crianças. Contudo, questiona-se a necessidade de intervenções de técnicas de extinção, pelo fato de técnicas de extinção gradual demonstrarem eficácia semelhante, embora seguimento mais prolongado.

Objetivo

Apresentar um relato de caso de intervenção comportamental para insônia infantil em uma criança de 2 anos, por meio de um programa dirigido aos pais, e verificar o efeito da intervenção no sono e nos comportamentos diurnos e noturnos da criança.

Métodos

A genitora foi guiada quanto à higiene do sono, à substituição das associações de sono de forma gentil e acolhedora e à retirada gradual de sua presença no quarto. A anamnese foi realizada por questionário online, e as sessões de avaliação e intervenção ocorreram individualmente entre a primeira autora e a mãe da criança. A mãe foi acompanhada em três momentos: na primeira consulta, foi apresentado um plano de sono para a família, com o suporte diário através do WhatsApp para dúvidas; a segunda sessão ocorreu durante o acompanhamento, 15 dias após a consulta inicial; e a finalização aconteceu 45 dias após a intervenção proposta. O plano de ação contemplou: 1) uma rotina do sono indicada para a faixa etária e ajustes no ambiente pré-sono e sono; 2) confecção de cartazes, para os pais reforçarem todos os dias os combinados sobre as novas regras do sono; e 3) desmame total das mamadeiras noturnas e retirada gradual da mãe do ambiente de sono da criança até que ela se sentisse segura para dormir sozinha.

Resultados

Nos primeiros dias, a criança apresentou muita resistência e dificuldade para dormir sem a mamadeira. Em substituição, houve o acolhimento e momentos rápidos de diálogo. No quarto dia, ela já se acalmava com facilidade e espaçava mais os despertares. Na segunda semana, já dormia sem resistência, mantinha o sono de 8h a 9h e apresentava mecanismos de autorregulação. Ao final, a criança fazia cerca de 12h de sono total diário (um cochilo de 1h30min e cerca de 10h30min de sono noturno) e só apresentava despertares em noites atípicas. Em suma, houve melhora nos hábitos e na qualidade do sono, eliminação dos despertares e avanço na autonomia para dormir de forma independente.

Conclusões

O relato demonstra a relevância de abordagens gentis, mas firmes para a correção das questões comportamentais que repercutem nos casos de insônia pediátrica.

Palavras -chave

Comportamento. Criança. Insônia pediátrica. Intervenção comportamental. Sono

Área

Relato de Caso

Autores

Jamille Amorim Paz, Sandra Ely Barbosa de Souza