Dados do Trabalho

Título

Transição de cama compartilhada para o berço de uma criança de 13 meses em aleitamento materno: relato de caso

Introdução

A prática da cama compartilhada é uma estratégia para muitas mães conseguirem manter o aleitamento materno, e sabe-se que não são a amamentação e o aleitamento materno que levam a problemas do sono, e sim outras práticas parentais ao fazer a criança dormir.

Objetivo

Apresentar um relato de caso de desmame gentil e gradual associado à intervenção comportamental para insônia infantil em um lactente de 13 meses, em um programa dirigido aos pais, e verificar o efeito da intervenção no sono e nos comportamentos diurno e noturno dela.

Métodos

A genitora foi guiada quanto à higiene do sono e à substituição das associações de sono de forma gradual e respeitosa. A anamnese foi realizada por questionário online, e as sessões de avaliação e intervenção ocorreram individualmente entre a primeira autora e a mãe da criança. A mãe foi acompanhada em quatro momentos: na 1ª consulta, foi apresentado um plano de sono de desmame gentil e gradual para que a família, com suporte diário por WhatsApp para dúvidas; a 2ª sessão foi realizada no acompanhamento, 15 dias após a consulta inicial; a 3ª consulta, 30 dias após a primeira sessão; e a consulta final, na última fase, 45 dias após o início da intervenção proposta. O plano contemplou: 1) uma rotina do sono indicada para a faixa etária e ajustes no ambiente pré-sono e sono, com a interrupção da demanda livre diurna através de um cronograma de mamadas; e 2) transição da cama compartilhada para o berço no quarto da criança e desmame noturno através da interrupção gradual das mamadas.

Resultados

Nos primeiros dias, a criança teve dificuldade para aceitar o berço. Houve acolhimento em substituição ao seio, e ela voltava sonolenta para o berço quando se acalmava no colo, processo que contou com a resiliência da mãe. No 5º dia, ela já se acalmava com mais facilidade nos despertadores, embora ainda tivesse muitos. Na 2ª semana, já dormia sem resistência, por 8h seguidas e tinha mecanismos de autorregulação para dormir de forma independente. Na 4ª semana, dormia no berço e sem o seio. Ao final, ela fazia uma média de 13h de sono total (dois cochilos e cerca de 10h de sono noturno), com despertares apenas atípicos.

Conclusões

O relato mostra a relevância do profissional de saúde para encorajar a lactante a vivenciar a interrupção parcial da amamentação, sem comprometer o desenvolvimento emocional do filho, e para intervir nas questões comportamentais que desencadeiam a insônia pediátrica.

Palavras -chave

Amamentação. Desmame. Hábitos de sono. Insônia pediátrica. Sono. Terapia Comportamental.