Congresso SONO 2022

Dados do Trabalho


Título

Máscara nasal e Oronasal: Literatura X Prática clínica

Introdução

O CPAP é considerado o padrão ouro de tratamento para AOS. Porém, a eficácia do tratamento está associada ao uso adequado do aparelho e diretamente relacionada ao tipo de máscara utilizada. Estudos recentes mostram que a máscara nasal é a mais indicada por proporcionar menores desconforto e pressões de tratamento, porém, na prática clínica ainda nos deparamos com a necessidade de adaptação da máscara oronasal.

Objetivo

Comparar adesão a médio prazo, IAH, vazamento e pressão terapêutica de pacientes com AOS que utilizam máscara oronasal e nasal em uma clínica de Cpap.

Métodos

Estudo de delineamento retrospectivo, no qual foram selecionados pacientes com IAH≥30 eventos/hora, classificados em grave no exame de PSG basal, sendo posteriormente titulados por PSG com CPAP. Esses deveriam estar em tratamento com CPAP entre 90 a 360 dias, em uso de máscara nasal ou oronasal, com idade de 45 a 80 anos, ambos os gêneros. Foram excluídos pacientes que apresentaram troca de máscara no decorrer do tratamento. Considerou-se boa adesão a porcentagem de utilização ≥70% e a média de horas de uso ≥4 hr. Para vazamento excessivo, foi considerado acima de 24 l/min.

Resultados

Foram localizados 220 pacientes, sendo 201 em uso de máscara nasal e 19 oronasal. Ao serem pareados por idade, gênero e gravidade, cada grupo permaneceu com 9 pacientes. A adesão dos pacientes com máscara nasal foi de 81,5% comparado a 68,2% com máscara oronasal (p<0,05). A diferença do IAH foi de 4,7eventos/hora (p<0,05). Quando comparamos pressão de tratamento e vazamento pela máscara notamos que na máscara oronasal o vazamento é clinicamente maior, porém sem diferença estatística.
Neste estudo verificamos que os pacientes optam com maior frequência pela máscara nasal, apresentando maior adesão quando utilizada. A diferença de IAH foi maior nos pacientes com máscara oronasal, desta forma podemos afirmar que os dados literários sobre diferenças de eventos são comprobatórios, estando relacionados a provável retração mandibular e posicionamento de língua. Quando avaliamos vazamento há uma diferença de 9,7l/min entre elas, considerando que a oronasal possui uma maior superfície de contato, tornando o ajuste ineficaz, podendo ocasionar um aumento de IAH residual.

Conclusões

Na prática clínica ainda nos deparamos com a necessidade de adaptação da máscara oronasal. Porém mesmo neste cenário temos pior adesão, aumento de IAH residual.

Palavras -chave

cpap, AOS, máscara nasal e oronasal.

Área

Área Clínica

Instituições

SleepCare - São Paulo - Brasil

Autores

Alessandra Coelho Seixinho, Lara Assumpção de Oliveira, Gabriela Zanussi Barreto, Denis Mesquita, Patricia Sant´Anna