Congresso SONO 2022

Dados do Trabalho


Título

Cirurgia ortognática de avanço bimaxilar em paciente com AOS.

Introdução

A etiopatologia da Apneia obstrutiva do sono está relacionada à fatores como gênero, obesidade, e características craniofaciais como retrognatismo maxilo mandibular. Entre as modalidades clínicas de tratamento, os aparelhos de pressão positiva em via aérea (PAP) e os aparelhos intraoral de avanço mandibular (AIOam) são os mais utilizados. Já entre os procedimentos cirúrgicos, a cirurgia ortognática é uma das modalidades de tratamento que apresenta melhores índices de sucesso.

Objetivo

Apresentar um caso clinico de duas possibilidades de tratamento da AOS (AIOam e cirurgia ortognática), e mostrar a resposta anatômica e funcional a ambos tratamentos em um individuo com AOS associado à deformidade craniofacial

Métodos

Paciente do sexo masculino, 18 anos, procurou atendimento com queixa de ronco, sensação de afogamento noturno e perda de concentração. Foi avaliado pelo otorrinolaringologista e, após exame de polissonografia, constatou-se o quadro de apneia obstrutiva do sono acentuada, com (IAH=33 com Epworth de 17, e saturação mínima de 87%). O paciente foi então encaminhado ao dentista do sono que identificou deformidades maxilomandibulares e indicou a cirurgia ortognática de avanço bimaxilar como tratamento da AOS. Tratando-se de um procedimento cirúrgico em jovem, a família declinou à ideia da cirurgia e optou pelo tratamento com AIOam. Após 2 anos de tratamento, o paciente apresentava baixa adesão e dificuldade de adaptação ao AIOam, devido à dificuldade de retorno da mandíbula após avanço noturno e também relatava dor nos dentes que davam suporte ao AIOam.
A má adesão ao AIOam motivou a retomada do planejamento orto- cirúrgico. O tratamento do caso foi realizado com cirurgia ortognática de avanço bimaxilar seguida de alinhamento dentário com alinhadores Invisalign. O questionário de Epworth, tomografia cone bean e polissonografia foram realizadas antes e após 1 ano de tratamento.

Resultados

Após a cirurgia de avanço bimaxilar houve aumento do volume da via aérea superior (de 103mm3 para 113 mm3), associado a melhora do IAH (de 33 para 16) na polissonografia, melhora clínica das queixas de afogamento noturno e concentração e redução do escore na escala de sonolência de Epworth (de 17 para 11).

Conclusões

A cirurgia ortognática de avanço bimaxilar foi eficaz para aumentar o tamanho da via aérea superior e melhorar os sintomas da AOS em paciente jovem, mesmo mantendo um IAH residual.

Palavras -chave

apneia do sono, aparelho intraoral, avanço mandibular, cirurgia ortognática

Área

Relato de Caso

Autores

Mariana Póvoa, Dalva Poyares, Cibele dal Fabbro, Thais Guimarães, RODRIGO Rocha, Mauricio Miura